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sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Precisamos ser sempre mulher-polvo?




A identidade múltipla da mulher, dar conta de mil afazeres linda e absolutamente plena parece ter virado uma prisão que nós precisamos nos libertar. 
A primeira vez que percebi isso foi com a maternidade, quando tinha que resolver muitos processos e mudanças ao mesmo tempo e ainda assim ser profissional, amamentar, ser linda e arrumada.  Contudo, ainda assim continuei a batalha de ser mil e uma e ainda assim ser plena e impecável - na medida da minha possibilidade. 
A segunda vez que refleti a anormalidade que é ser mulher-polvo foi quando fiquei doente e no meio de toda a turbulência e fragilidade ainda assim querer dar conta de tudo que eu sempre achei que eu deveria ser - bela, magra, inteligente, malhada, boa companheira, amiga impecável, profissional dedicada, etc e tal.
Fui à psicologa e ela me disse: vc sempre quis ser perfeita, sempre quis ter as coisas no seu controle, vc não acha que é hora de se libertar? 
Pois foi ai que a cura veio, primeiro de aceitar, segundo de dizer não a necessidade de ser uma mulher que faz tudo e não se cansa. Que faz tudo para SER. 
Ser sem precisar fazer mil tarefas é um aprendizado para todas nós que tivermos que ser super heroínas para lutar contra o machismo e a sociedade patriarcal. 
Agora chegou a hora de ser mulher que faz uma coisa de cada vez,  bem tranquila e bem feito. Não me peça para fazer mil coisas ao mesmo tempo! Não sou uma mulher-polvo. Não mais.

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