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quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Gira mundo Gira

"O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,

Nem sequer de tudo ou de nada:

Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.


A subtileza das sensações inúteis,

As paixões violentas por coisa nenhuma,

Os amores intensos por o suposto alguém.

Essas coisas todas -

Essas e o que faz falta nelas eternamente;

Tudo isso faz um cansaço,

Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,

Há sem dúvida quem deseje o impossível,

Há sem dúvida quem não queira nada -

Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:

Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,

Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,

Ou até se não puder ser…



E o resultado?

Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,

Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto…

Para mim só um grande, um profundo,

E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,

Um supremíssimo cansaço.

Íssimo, íssimo. íssimo,

Cansaço…" Alvaro de Campos

"Compartilho este cansaço... e em lapsos de descanso me canso de novo... o eterno retorno - viver, fenecer, reviver, se reconhecer - é assustador e alentador... na angústia da repetição, que me perseguiu, e ainda me persegue, percebo que a ressignificação dos momentos e histórias foi e, aparentemente, está sendo muito importante... parece que pingam um colírio nos olhos, na alma, no coração... sabe-se lá qual a duração deste efeito e as consequências colaterais... mas, com a memória das vivências (boas e ruins), torço para que a razão auxile, a emoção sobreviva e o eterno retorno seja mais terno." (anônimo)

Apesar das aparentes repetições eu continuo virgem em cada escolha, pois, nem eu sou a mesma, nem o mundo a minha volta....enfim... não pode ser repetição. Estou sempre começando.

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